Andar nas ruas sabendo que o espaço público é monitorado por câmeras capazes de registrar e identificar criminosos, armas, placas de carros e atitudes suspeitas. O que um dia foi ficção científica já levou à prisão de mais de 200 suspeitos em Salvador e está sendo ampliado pelo Governo do Estado para outros 77 municípios baianos, 39 ainda neste ano.
O investimento de cerca de R$ 665 milhões foi autorizado nesta terça-feira (27) pelo governador Rui Costa, em solenidade no Centro de Operações e Inteligência (COI), da Secretaria de Segurança Pública (SSP), na capital. Entre os 39 municípios que devem contar com a tecnologia ainda este ano estão Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Eunápolis e Itamaraju.
Rui destacou que apenas cerca de 5% dos crimes são julgados e se tornam condenações. “A impunidade estimula e perpetua a prática criminosa. Então, esse investimento, além de prevenir os crimes, vai possibilitar a prisão do suspeito e ainda propiciar que o sistema judiciário baiano possa ter elementos comprobatórios dos delitos cometidos”.
Também na oportunidade, Rui convocou a iniciativa privada, dizendo que a tecnologia tem capacidade para integrar imagens de pontos comerciais, agências bancárias e outros locais de risco. “Nós podemos multiplicar os olhos da Segurança Pública na Bahia com o ingresso da iniciativa privada a esse projeto”, ressaltou.
Tecnologia
As câmeras estarão em postes, viaturas e na palma da mão dos policiais. O tenente-coronel Marcos Oliveira, superintendente de Tecnologia da SSP, explicou como funciona a tecnologia. “Dentro do nosso contrato estão previstos quatro tipos de pontos de imagem. São câmeras de reconhecimento facial de fluxo aberto, para locais públicos, de fluxo controlado, tem câmeras de análise situacional e de leitura de placas. Além disso, os dispositivos que estão sendo colocados nas mãos dos nossos policiais são dispositivos com capacidade de fazer captura de face, levar para nossa Central, e fazer o reconhecimento facial através do nosso sistema. Todo policial, com equipamento em mãos, poderá fazer a atividade do reconhecimento facial em tempo real”.
Segundo Oliveira, outra inovação contratada é a tecnologia LTE. “Essa tecnologia não é exclusiva da Segurança Pública, mas contratamos uma faixa exclusiva para a segurança pública, para transmissão de dados e imagens sem que seja necessário concorrer com o fluxo da telefonia. Tudo isso encriptado para dar ao policial na ponta a informação que ele precisa sem concorrer com a telefonia comum, que também usa essa tecnologia, mas em outras faixas”.
Inovação
Além de aumentar o número de municípios atendidos pela tecnologia, o projeto traz mais uma inovação, a adoção de 3.917 terminais de rádio comunicação de voz, vídeo e dados que serão implantados em viaturas das unidades da Polícia Militar da capital e região metropolitana. Os chamados rádios transceptores permitirão o acesso imediato das equipes policiais nas ruas aos alertas emitidos pelos sistemas de reconhecimento facial e de placas, em tempo real.
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