Por decisão do Vaticano, o padre Alessandro Colen, que em março de 2020 foi afastado de suas funções na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, teve as suas obrigações sacerdotais restituídas pela Diocese de Eunápolis. Após uma investigação minuciosa, a Congregação de Roma proferiu decisão, na quarta-feira (8), ordenando o imediato retorno do padre às suas funções, uma vez que foi comprovada a sua inocência nas acusações que levaram a seu afastamento.
Em nota, a Diocese de Eunápolis comunicou que recebeu a decisão da Congregação para o Clero, órgão competente para assuntos ligados aos presbíteros. De acordo com a diocese, Padre Alessandro recebeu o encargo pastoral de vigário paroquial da Paróquia São João Batista Mártir, no bairro Minas Gerais, em Eunápolis. Sua apresentação ocorreu na missa das 19h de sexta-feira (10).
CONSCIÊNCIA TRANQUILA – Padre Alessandro completou 20 anos de sacerdócio no último dia 31 de maio. Por 10 anos, foi padre da paróquia de Itagimirim, e durante oito anos exerceu a função na Diocese de Eunápolis.
Em conversa com o RADAR 64, o padre disse que as denúncias que levaram ao seu afastamento nunca ficaram claras. “Tudo foi apurado minuciosamente pelo Vaticano e pela própria diocese”, afirmou.
“O Papa Francisco é muito justo”, salientou, ao comentar a decisão do Vaticano de restabelecer todas as suas funções sacerdotais.
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Padre Alessandro garantiu que não tem nenhum problema com o bispo diocesano Dom José Edson Santana Oliveira, que determinou seu afastamento. “Quero ressaltar que não tenho nenhuma mágoa. Tudo na vida tem um propósito, e só tenho a agradecer a Deus”, salientou.
“Sempre trabalhei para transformar vidas, sempre com muito amor e dedicação”, enfatizou.
RECLUSO E EM SILÊNCIO – Enquanto esteve afastado das funções como sacerdote, padre Alessandro ficou recluso e em silêncio. “O silêncio sempre vence”, observou.
Durante esse período de 2 anos e 3 meses, ele se ocupou com o consultório, como psicanalista, e com a Faculdade de Medicina de Eunápolis, onde é professor.
Também aproveitou esse tempo, que ele chamou de retiro espiritual, para se dedicar mais a seus pais, que são idosos e foram morar em um sítio em Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro.
“Nessa pandemia, me dediquei muito aos meus pais, a minha mãe tem 83 anos e meu pai, 92 anos”, comentou, acrescentando que os dias foram de muita oração. “Eu e minha família rezávamos todos os dias na capelinha que tem no sítio”, contou.
AFASTAMENTO – Em 2 de março de 2020, durante reunião do Conselho Presbiteral, o bispo Dom Edson afastou o padre Alessandro de suas funções, decisão que causou grande repercussão na região.
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No dia seguinte ao seu afastamento, o padre acusou o bispo de perseguição e disse que o motivo teria sido uma carta anônima que alguém enviou à embaixada da Santa Sé com denúncias contra Dom Edson. “Infelizmente, o bispo acha que fui eu o autor das denúncias”, revelou o padre na ocasião. Dom Edson destacou, na época, que sempre age com prudência, misericórdia e serenidade.
Revoltados com a decisão do bispo, fiéis chegaram a fazer um protesto em frente à Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora e muitos cogitaram abandonar seus cargos em diversos serviços na paróquia em solidariedade ao padre Alessandro.
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