O cacique Zeca Pataxó, coordenador do Movimento Indígenas da Bahia (MIB), embarca na quinta-feira (10) para Brasília, a convite da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ficará 15 dias na capital federal, onde vai apresentar as principais reivindicações e propostas dos povos indígenas para o novo governo.
Durante a campanha eleitoral, Lula prometeu, se eleito, criar o Ministério dos Povos Originários, destinado à elaboração de políticas públicas para as populações indígenas e quilombolas, e indicar um representante desses povos para chefiar a nova pasta.
PRINCIPAIS DEMANDAS – Em entrevista ao RADAR.news, Zeca Pataxó, que é de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, afirmou que as demandas indígenas mais urgentes estão nas áreas de educação e saúde, além do reconhecimento dos territórios.
Segundo o cacique, vários investimentos em saúde foram cortados durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. Ele destacou ainda a demora na chegada de vacina contra a Covid-19 nas aldeias durante a pandemia. Na educação, citou o corte total da ajuda de custo dada aos indígenas que estudam em universidades.
O reconhecimento dos territórios indígenas também está totalmente paralisado, salientou o cacique Pataxó. No Extremo Sul, três áreas aguardam homologação: a Terra Indígena de Cumuruxatiba, em Prado; a Terra Indígena Barra Velha, em Porto Seguro; e a Terra Indígena Coroa Vermelha, na região da Ponta Grande, que abrange os municípios de Porto Seguro e Cabrália.
DESMONTE DA FUNAI E SESAI – O cacique criticou o desmonte completo dos órgãos que cuidam de questões indígenas, como Funai e Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), durante o governo Bolsonaro, o que deixou essa população étnica desassistida. Ele também comemorou o diálogo que está sendo aberto com o futuro governo Lula. “Será muito importante ter um indígena à frente do Ministério dos Povos Originários”, disse.
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