A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os Sindicatos da categoria em todo o Brasil promovem nesta quarta-feira (09) o Dia Nacional de Luta pela Vacinação dos Jornalistas. O objetivo é reforçar as ações pela inclusão dos profissionais da mídia entre os grupos prioritários de imunização contra a Covid-19, uma vez que eles estão na linha de frente cobrindo a pandemia do coronavírus.
Na Bahia, a inclusão de trabalhadores na comunicação com idade superior a 40 anos na lista de prioridade de vacinação contra a covid-19 na Bahia foi aprovada em maio pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Desde então, entre as grandes e médias cidades baianas, apenas oito ainda não imunizaram ou não têm data para início da imunização dos profissionais, entre elas Eunápolis.
Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, prefeituras como Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, Itamaraju, Nova Viçosa, Caravelas e Teixeira de Freitas já vacinaram ou iniciaram esta semana a vacinação de jornalistas e radialistas. No entanto, em Eunápolis, “que é um polo do Extremo Sul, ainda nem foi definida a data para a imunização de profissionais da comunicação”, lamenta Moacy.
MP-BA TENTA BARRAR VACINAÇÃO DE JORNALISTAS
Desde que a CIB liberou a imunização de jornalistas acima de 40 anos no Estado, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) tenta proibir essa decisão. Inicialmente, o MP-BA recomendou à Comissão e às prefeituras que não incluíssem os trabalhadores de imprensa no grupo prioritário de vacinação, mas não foi atendido. Diante da negativa, o MP impetrou Mandado de Segurança para barrar a aplicação das doses, mas teve liminar indeferida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Por esse motivo, protocolou uma Reclamação Constitucional com pedido de liminar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (4), para tentar barrar a imunização da classe. No pedido, cuja relatoria caberá ao ministro Dias Toffoli, o MP defende que “além do ferimento do postulado da ‘equidade no acesso às ações e serviços de saúde’ e da ‘fragilização da nacionalmente coordenada política de vacinação contra a Covid-19’, o prosseguimento da vacinação de acordo com a Resolução nº 85/2021 da CIB configura ato com ‘potencial de propagação do desarranjo da política de saúde a todo o território nacional, gerado pela pressão sobre todos os demais gestores de saúde do país para quebra de diretrizes uniformes de vacinação em favor – ou desfavor – de grupos humanos com maior ou menor poder político, em vez de prioridades por critérios estritamente sanitários’”.
SINDICATO CONTESTA MP
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, questionou, na semana passada, a recomendação do MPF. “É incompreensível a postura do Ministério Público, pois, apesar de alegar o respeito ao plano nacional de imunização, o órgão vai de encontro ao que preconiza o documento e o decreto federal 10.288, que tornou a imprensa serviço essencial durante a pandemia”, criticou.
Segundo Moacy Neves, 221 jornalistas morreram de Covid-19 no Brasil, 142 apenas em cinco meses de 2021. Na Bahia, 26 jornalistas e radialistas perderam a vida e mais de 400 adoeceram. O setor de comunicação é o terceiro com mais desligamentos por morte desde o início da pandemia. “Desde que a CIB aprovou a imunização e o MPF recomendou o não cumprimento da decisão, cinco profissionais de imprensa vieram a óbito na Bahia, nas cidades de Itamaraju, Feira de Santana, Juazeiro, Xique-Xique e Santo Antônio de Jesus”, informou.
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