Ao menos 24 cidades localizadas no extremo Sul da Bahia estão em situação de emergência após fortes chuvas acometerem a região nos últimos quatro dias. Em alguns municípios, foram registradas inundações e as pessoas tiveram que deixar suas casas para buscar abrigo em locais mais altos.
De acordo com especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a tempestade atípica ocorreu pela combinação de dois fenômenos climáticos distintos: um corredor de umidade que vem da Amazônia e a formação de uma depressão subtropical (rajadas de ventos e nuvens em formato circular que giram em sentido horário).
O climatologista Francisco Eliseu Aquino, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que as tempestades na Bahia têm a ver com a combinação de dois fenômenos distintos.
O primeiro deles é a formação da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) a partir do dia 5 de dezembro. “Trata-se de um corredor de umidade que surge na Amazônia e vai em direção à Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso, chove na região desde o dia 6 de dezembro”, diz.
Segundo, é possível observar a partir do dia 7 de dezembro a formação de uma área de baixa pressão no Oceano Atlântico, próximo à região costeira do Brasil, que irá evoluir para um sistema denominado depressão subtropical.
A depressão subtropical é um evento meteorológico que gira no sentido horário e é marcado pela formação de nuvens, ventos, tempestades e agitação marítima.
Mas o climatologista entende que é preciso analisar mais a fundo para entender o que essas tempestades na Bahia podem sinalizar. “Neste momento, não conecto diretamente as mudanças climáticas com esse evento extremo”, pondera.
“Mas, num planeta mais quente, eventos extremos tornam-se mais frequentes, com a formação de depressões subtropicais como esta [vista na Bahia]”, finaliza.
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