O pastor Renato Bromochenkel, líder da Assembleia de Deus em Eunápolis e também vereador, negou que fiéis de sua igreja tenham cometido intolerância religiosa contra um terreiro de candomblé sediado no bairro Juca Rosa.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais para mostrar o que ele chamou de “o outro lado da moeda”, o pastor disse que a igreja Assembleia de Deus tem o costume, há muitos anos, de fazer evangelização nos domingos à tarde em Eunápolis. “A igreja aluga o carro de som e sai, uma vez por mês, fazendo evangelismo naquele bairro. Sai de esquina em esquina, de quadra em quadra, fazendo orações, intercedendo pela população, entregando folhetos e convidando as pessoas para irem ao culto no domingo à noite. Uma prática muito comum que a igreja faz há muitos anos nessa cidade”, explicou.
Segundo ele, os fiéis da igreja localizada no bairro Juca Rosa fizeram exatamente isso no último domingo (13) à tarde. Passaram por toda a Rua Capixaba, desceram a lareira da Rua Campos Salles e passaram em frente ao lugar de culto do terreiro. Pararam o carro de som na esquina e ficaram pregando. Ele disse que, ao contrário do que está sendo divulgado na imprensa, os vídeos que circularam nas redes sociais mostram que os evangélicos é que foram agredidos pelos frequentadores do terreiro.
De acordo com Bromochenkel, a igreja Assembleia de Deus não cometeu intolerância religiosa. “Em momento algum a igreja provocou um dano à fé ou à religião dessas pessoas. Os fiéis da igreja estavam passando em frente, pararam na esquina da Rua Campos Salles com a Rua São João, fizeram orações e isso incomodou o pessoal [do terreiro], que já saiu empurrando, xingando e jogando água nos irmãos para que saíssem da porta do estabelecimento deles”, afirmou.
O CASO – A mãe de santo Luziene Almeida Silva, de 69 anos, responsável pelo terreiro de candomblé Logun Edé, registrou boletins de ocorrência contra o que ela considera intolerância religiosa e quer providências das autoridades. Segundo ela, no domingo à tarde o terreiro recebia alguns convidados quando um grupo um de fiéis da Igreja Assembleia de Deus parou na esquina e começou a pregar com o carro de som. Outro grupo foi para a frente do terreiro e tentou pisotear o assentamento.
Ela relata que frequentadores do centro tentaram impedir que o local sagrado fosse violado e foram agredidos pelos fiéis.
Na manhã de segunda-feira (14), um bilhete manuscrito contendo versículos bíblicos foi deixada em frente ao terreiro. Na noite de segunda-feira, o assentamento existente à casa religiosa foi arrancado do local e destruído.
Esses dois episódios ocorridos na segunda-feira não foram esclarecidos, nem citados, pelo pastor no vídeo que ele divulgou dando sua versão dos fatos.
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