A resistência da prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres (DEM), em aderir à Policlínica Regional, prevista para ser inaugurada em maio, está ligada a sua insatisfação por não ter sido escolhida para presidir o Consórcio Interfederativo de Saúde Costa do Descobrimento. Responsável pela gestão da unidade de saúde, o consórcio é atualmente presidido pelo prefeito de Santa Cruz Cabrália, Agnelo Santos (PSD), eleito em 2020 para o biênio 21/22.
Em áudio enviado ao apresentador de um programa de informação de uma rádio comunitária de Eunápolis, o marido da prefeita, Paulo Dapé, afirma que Cordélia não aderiu à policlínica porque “não é justo que ela não seja a presidente do consórcio”.
Na gravação, Dapé diz que o governador Rui Costa está fazendo “política barata” ao entregar a gestão da policlínica, que fica em Eunápolis, a um aliado dele, no caso o prefeito de Cabrália, e que Cordélia não aceita isso. O impasse político pode resultar em prejuízo à população de Eunápolis, que só poderá usufruir dos serviços oferecidos pela policlínica se o município fizer parte do consórcio.
Dapé admite ainda que a policlínica “é boa e pode funcionar”, e que Cordélia “quer colocar todo o esforço para que dê certo”, mas não aceita que Eunápolis e Porto Seguro, os maiores municípios da região, não tenham sido contemplados com a gestão da unidade regional de saúde. “Como que a policlínica vai ser em Eunápolis e o município, assim como Porto Seguro, não terá o privilégio de fazer a gestão da policlínica?”, questiona.
Nesse ponto Dapé se equivoca, porque diversas policlínicas regionais instaladas na Bahia não possuem o gestor da cidade sede como presidente, e nem isso foi um empecilho para a instalação da unidade no município, muito menos a sua adesão.
No áudio, o marido da prefeita Cordélia argumenta que, apesar de Eunápolis ter duas faculdades de medicina e, logisticamente, ser o município mais bem localizado, o governador preferiu dar a https://radar.news/wp-content/uploads/2020/01/12.jpgistração para Cabrália, que fica 84 quilômetros distante da sede da policlínica. “Imagine que nem eleição houve para escolher quem poderia assumir a policlínica”, diz Dapé no áudio, induzindo os ouvintes a acreditar que não houve eleição para a escolha da presidência do consórcio. No entanto, a eleição foi realizada no ano de 2020 e o prefeito de Cabrália foi eleito democraticamente para o consórcio.
Semana passada, o coordenador dos Consórcios Públicos de Saúde, Nelson Portela, telefonou para a prefeita Cordélia Torres questionando se ela iria aderir aos serviços da policlínica, dado o grande número de pessoas no município que correm o risco de ficar sem atendimento. Segundo Portela, Cordélia teria respondido apenas que, por Eunápolis sediar a unidade, ela é quem deveria ser a presidente do consórcio, e não o prefeito de Cabrália.
Adicione nosso número e envie vídeo, foto ou apenas o seu relato. Sua sugestão será apurada por um repórter. Participe!