Atendendo a convite da Câmara Municipal de Eunápolis, o presidente do Consórcio Interfederativo de Saúde da Costa do Descobrimento e prefeito de Santa Cruz Cabrália, Agnelo Santos, se reuniu com os vereadores, na terça-feira (20), para esclarecer sobre a adesão do município à Policlínica Regional. Acompanhado da diretora-executiva da policlínica, Lívia Oliveira, Agnelo abordou o funcionamento e o rateio dos custos pelos serviços especializados oferecidos aos municípios, além dos benefícios da policlínica para a população da região.
A secretária de Saúde de Eunápolis, Anara Sartório, que também participou da reunião, não ficou convencida dos argumentos e reafirmou, após o encontro, que o município de Eunápolis não tem interesse, no momento, em aderir ao rateio da policlínica regional. “No atual molde do rateio, a prefeita não tem interesse, porque são serviços que já são oferecidos pela rede municipal de saúde”, disse a secretária.
DÚVIDAS ESCLARECIDAS
O convite para Agnelo comparecer à câmara foi feito sob o argumento de que os vereadores não conheciam o protocolo de procedimentos oferecidos pela policlínica, nem como a população teria acesso às consultas, apesar de outros 16 equipamentos iguais ao que será inaugurado no próximo mês em Eunápolis já estar em funcionamento em toda a Bahia há anos.
A diretora-executiva, Lívia Oliveira, fez uma breve explanação sobre como será o funcionamento da policlínica Costa do Descobrimento e, em seguida, respondeu aos questionamentos dos vereadores e dos representantes do poder Executivo.
O vice-presidente da câmara, vereador Renato Bromochenkel (Avante), afirmou, em suas redes sociais, estar convencido de que, diante dos vários motivos apresentados durante a reunião, Eunápolis precisa fazer parte da policlínica. Ele disse que esteve na Secretaria de Saúde de Eunápolis observando os contratos de serviços especializados e que o número de exames oferecidos pelo município não atende à demanda. Segundo Bromochenkel, os argumentos políticos apresentados contra a adesão de Eunápolis ao consórcio precisam ser resolvidos de outra forma, mas com clareza, e reafirmou que não encontra argumentos suficientes para recusar o rateio da policlínica.
O vereador José Carlos dos Taxistas (DEM) criticou o que ele considera “politicagem no trato da questão”, e lembrou que a prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres (DEM), não sabia quais os exames que seriam feitos, o que ela iria receber e o que iria pagar. A diretora-executiva salientou que nada é feito sem a autorização dos prefeitos membros do consórcio e que todas as informações estão disponibilizadas online, no Observatório Regional.
Outra dúvida, apresentada pelos vereadores Tiago Mota e Carmem Lúcia (DEM), é se o cadastro de reserva de profissionais pode ser adequado ao perfil epidemiológico do município, o que foi confirmado pela diretora. Lívia explicou que os secretários de saúde de cada município membro do consórcio é que vão levar essa demanda para a assembleia geral, a fim de que a policlínica possa atender a especificidade de determinado município.
O presidente da câmara, Jorge Maécio, mostrou-se preocupado com a possível sobreposição de custos caso a policlínica municipal continue oferecendo serviços e o município participe do rateio da policlínica regional. Foi esclarecido que mesmo hoje o município precisa contratar serviços da rede suplementar ao SUS, que é a rede privada, porque a fila de espera é muito grande.
Após a reunião, Lívia Oliveira disse que o encontro “foi de suma importância” porque serviu para esclarecer toda a oferta de serviços da policlínica, e isso era um entrave para que os vereadores entendessem como funcionaria”. Segundo ela, agora que isso foi esclarecido, “cabe aos vereadores e à prefeita Cordélia assinar e fazer parte da policlínica”.
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