O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou nesta terça-feira (28) a cidade de Teixeira de Freitas, no Extremo Sul da Bahia, onde participou da inauguração da Estação Cidadania, de entrega de títulos de propriedades rurais e de duplicação das rodovias BR-116 e da BR-101. O evento é alusivo aos mil dias da gestão Bolsonaro.
A Estação Cidadania é um centro de iniciação ao esporte que conta com ginásio poliesportivo e quadra externa para a prática de modalidades olímpicas e paralímpicas. O projeto do Ministério da Cidadania é legado de infraestrutura esportiva dos Jogos Rio 2016, que tem o objetivo de identificar talentos, formar atletas e incentivar a prática esportiva em territórios de vulnerabilidade social.
Ainda durante o evento, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fizeram a entrega simbólica de cinco títulos de domínio de terra a produtores rurais da região.
O Ministério da Infraestrutura e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) também inauguraram, de forma simbólica, um trecho de 5,4 quilômetros de pista duplicada da BR-116, em segmento que liga as cidades de Feira de Santana e Santa Bárbara. Já na BR-101, foi liberado, nesta terça-feira, um trecho de 4,14 quilômetros de duplicação, que faz parte de um lote executado com pavimento rígido.
“Às vezes, me pergunto como chegamos até aqui, como estamos sobrevivendo, como estamos nos comportando ainda durante uma difícil fase da pandemia com consequências terríveis não só para o Brasil bem como para todo o mundo”, apontou o presidente.
FALA DIRIGIDA AOS MAIS “HUMILDES”
Bolsonaro fez um discurso voltado para os “mais humildes” em que exaltou o pagamento do auxílio emergencial como forma de socorrê-los em meio à crise econômica decorrente da pandemia. Ao afirmar que sua gestão é responsável pelo “maior plano social do Brasil”, Bolsonaro voltou a culpar governadores que, segundo ele, “fecharam tudo”, em referência às medidas adotadas para contenção da Covid-19 nos estados.
“Sessenta e oito milhões de pessoas que perderam sua renda. Somente no ano passado, o Brasil gastou com vocês o equivalente a 13 Bolsas Família, um sinal de que nós nos preocupamos com os mais humildes”, disse o presidente, em uma espécie de recado a um público nos últimos anos assistido por programas de transferência de renda criados pelos governos do PT, a exemplo do próprio Bolsa Família.
REPROVAÇÃO DO GOVERNO
As declarações de Bolsonaro ocorrem na esteira do pior patamar de reprovação ao governo desde que ele tomou posse no Palácio do Planalto. Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostra que 53% dos brasileiros consideram sua gestão ruim ou péssima, um novo recorde. A cerca de um ano da eleição presidencial, o mandatário também vê despencar seus índices de intenção de voto. No levantamento mais recente, feito pelo Ipec, Lula aparece com 48%, enquanto Bolsonaro soma 23%.
A passagem do presidente pela Bahia faz parte de uma estratégia para tentar recuperar sua popularidade em uma agenda com inaugurações e entregas de obras —ações que marcam os mil dias de seu governo.
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