Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) – entre eles ruralistas e caminhoneiros – fechou a BR-101, na altura do km 744, na zona urbana de Itabela, desde a noite de segunda-feira (31).
Eles protestam contra o resultado da eleição presidencial de domingo (30), que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há menções a Bolsonaro, derrotado em sua tentativa de reeleição.
Os manifestantes colocaram fogo em barricadas, parando o trânsito nos dois sentidos, conforme vídeos que circulam nas redes sociais.
As imagens mostram ainda um grupo despejando pelo menos duas caçambas de terra no meio da pista para obstruir a passagem de veículos.
Por volta de 1h da madrugada desta segunda (1), os caminhoneiros e os agricultores liberaram o tráfego de veículos em Itabela, mas o bloqueio foi retomado logo no início da manhã.
OUTRO BLOQUEIO – Segundo a Polícia Rodoviária Federal, no início da manhã desta terça-feira (1°) um grupo de caminhoneiros bolsonaristas também fechou completamente outro trecho da BR-101, no km 875, no trevo de acesso a Teixeira de Freitas.
Não há, até o momento, ainda segundo a PRF, outros pontos de bloqueios na BR-101, no Extremo Sul da Bahia.
MORAES DETERMINA LIBERAÇÃO – O protesto ocorre mesmo depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que a Polícia Rodoviária Federal e as polícias militares dos estados tomem ações imediatas para desobstrução de vias ocupadas ilegalmente em várias regiões do pais.
Moraes atendeu a um pedido da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral.
O ministro também estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora, eventual afastamento do cargo e até prisão.
OAB CONDENA ATOS – A Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que os bloqueios são inaceitáveis porque a Constituição não admite manifestações que ataquem o Estado Democrático de Direito. Que o respeito à soberania popular é primado básico da democracia. Que o direito de ir e vir não pode ser restringido por atos antidemocráticos. E que, no domingo (31), o Brasil viveu uma celebração popular com a participação de mais de 120 milhões de eleitores, e reafirmou ao mundo a força de sua democracia e a pujança de seu sistema eleitoral.
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